terça-feira, 31 de março de 2009

Novidades no blog

A partir de hoje este blog deve seguir uma dinâmica diferente. Sim, eu disse "deve", porque se bem me conheço algumas furadas podem acontecer, mas prometo que me esforçarei para levar o negócio adiante.

Bom, a idéia é a seguinte: agora o blog terá atualizações diárias, ou quase isso. Cada dia da semana terá uma "sessão".

Na segunda-feira entra o "Podcast Programa de Indie" e ainda a "Notícia do dia". O podcast continua da mesma forma que antes, e só para constar, o programa não aparece por aqui há algum tempo por problemas técnicos no estúdio, mas meu diretor Clemerson Mendes garantiu que quarta-feira rola. Será um especial pós-show Radiohead. A notícia do dia será uma notícia (duh!) de destaque no mundo da música, ou cinema, ou cultura pop em geral. O fato será comentado e não necessáriamente será do dia em questão, ou seja, de repente algo que aconteceu no sábado pode entrar aqui na segunda.

Na terça-feira será dia de "Se essa música fosse minha". Simples, um vídeo, ou apenas o áudio de alguma canção cover interessante ou inusitada.

A quarta-feira será igual a segunda, Podcast + Notícia.

Quinta-feira é quando serão postados textos um poucos maiores (essa é a que corre maior risco de furar). Resenhas de lançamentos, clássicos ou descobertas; listas mais detalhadas, divagações etc.

Sexta-feira será postada a "Música da Semana", áudio e letra. Bem subjetivo mesmo, algo que tenha ouvido bastante durante a semana e ache legal compartilhar. Essa postagem fica móvel, sexta ou sábado.


Recapitulando:


Segunda-feira: Podcast Programa de Indie + Notícia do Dia

Terça-feira: Se Essa Música Fosse Minha

Quarta-feira: Podcast Programa de Indie + Notícia do Dia

Quinta-feira: Texto

Sexta-feira ou Sábado: "Música da Semana"


Obs 1: meu deadline será a madrugada, então por exemplo, quando o post de segunda entrar no ar provavelmente já será terça.

Obs 2: nada impede de surgirem outros posts fora desse esquema ou no final de semana.

Acho que pode vingar, quem quiser pode me cobrar se as coisas relaxarem muito.

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"Se essa música fosse minha 1#"


Como hoje é terça-feira, segue o vídeo.

Aretha Franklin com Keith Richards - Jumping Jack Flash

Versão Original: Rolling Stones



Vai cantar assim lá na p... ... .....

quarta-feira, 25 de março de 2009

Radiohead e o caminho dos céus

O que caracteriza um show como bom?

Repertório? Execução? Presença de palco? Animação?

Pegue tudo isso e junte ao fato da banda em questão ser fundamental desde os anos 90 até hoje, e a turnê ser de um dos álbuns mais importantes da década de 00. Essa foi a passagem do Radiohead por São Paulo no último dia 22.

Os ingleses foram a atração principal do festival Just a Fest, que contou ainda com Los Hermanos e Kraftwerk (sobre a [des]organização do festival e a respeito dos outros dois shows posto depois por aqui ok?)






Radiohead, no alto de sua esquisitice e postura anti-mainstream, tem sim fãs fanáticos. Daqueles que choram, esperneiam, chamam os integrantes de lindos (sim, é verdade, eu vi). A relação da banda, via show, com os fãs, obcecados ou não, é algo próximo a uma experiência religiosa transcendental.

Às 22h, pontualmente, conforme constava na programação, reverendo Thom Yorke entra em cena e dá início ao culto. O primeiro cântico é 15 Step. A batida psicótica já quase exorciza os fiéis de cara, mas eles tinham plena consciência que o ritual estava apenas começando.

There There e sua batida tribal atestavam que a empolgação do público não acabaria tão cedo. O guitarrista Johnny Greenwood , que entrou no palco com um abrigo de toca na cabeça feito um monge, espancava seu aparelho de percussão de forma ensandecida, quase roubando a cena de Yorke, mas a tarefa não era tão fácil assim, e embate de egos era algo que passava longe daquele palco.

Em The National Anthem, a comunidade radioheadiana sacolejava como se não existisse pecado naquela noite. A iluminação do palco, formada por espécies de estalactites (ou seriam estalagmites?) luminosas, nesse momento pulsava como se o mundo fosse acabar ali, aquela hora.

All I Need, Pyramid Song e Karma Police levaram o transe coletivo às últimas conseqüências. Nessa última, os presentes entoaram o simbólico verso “I Lost Myself” até que não existisse mais acompanhamento dos instrumentos, até que a linha do baixo de Nude corta o coro e inicia mais um louvor, como uma típica boa canção do Radiohead: melancólica, cortante e bela.

Weird Fishes/Arpeggi continua a saga de apresentar o novo testamento, o álbum In Rainbows na íntegra. A bateria galopante entra em sintonia (ou contraste) com as guitarras compulsivas e vocais desesperados, o descarrego segue forte.

Yorke protagoniza então um maravilhoso freak show de danças epiléticas e espasmos vocais durante The Gloaming, algo que deixou todos dopados durante a sequência, com Talk Show Host e Optimistic. Em Faust Arp, executada apenas com Yorke e Johnny Greenwood nos violões, os fiéis aos poucos vão retomando a consciência. Até que vem mais exaltação com Jigsaw Falling Into Place, Idioteque (com Thom Yorke incitando o público a chacoalhar) e a inesperada, mas não menos mítica, Climbing Up the Walls.

Seguindo o show, enfim, ocorre o primeiro milagre. Os primeiros acordes do violão de Exit Music (For a Film) fazem 30 mil pessoas ficarem em silêncio, algo arrepiante. E acentuando todo o contraste da apresentação, o setlist inicial termina com a roqueira Bodysnatchers, com todos mergulhando de cabeça na psicose dos ingleses.


No primeiro bis, Videotape arranca lágrimas e suspiros, não só pela densidade da música, mas também em saber que a benção ainda não havia terminado. Em seguida, o segundo milagre, Paranoid Android e seus 7 minutos de pura reflexão espiritual. Tensão, pancada, calmaria e tudo que o santo Radiohead pode oferecer a seus seguidores. No fim da música, o público insiste no “Rain down, rain down...”, e em uma atitude atípica, Thom Yorke acompanha o publico com o violão e com sua linha vocal na música, e quando então a canção termina pela segunda vez e o público explode em devoção, o lá maior é seguido por “Her green plastic watering can...”. Fake Plastic Trees entra em cena e atropela os corações mais sensíveis. Foi noticiado por aí que a música não entraria no repertório, mas de última hora foi colocada no lugar de Wolf at the Door.

Lucky encerra a participação do fundamental OK Computer no show e Reckoner encerra o primeiro bis, com Colin e Johnny Greenwood e Ed O’Brien engrossando a percussão de Phil Selway enquanto Thom Yorke capricha na guitarra em contratempo e no vocal em falsete.

Como em uma vigília, lá estava o Radiohead para o segundo bis. Nos primeiros versos de House of Cards, uma garota, aparentemente nova, perto de onde eu estava, repete no ouvido de seu namorado “I don’t wanna be your friend/I just wanna be your lover”. Minha religião não permite contar o que deve ter acontecido com eles depois.

You and Whose Army e Everything In Its Right Place já seriam o suficiente para encerrar a cerimônia e garantir a noite de todos, mas ainda não era a hora. Saem os ingleses de cena mais uma vez e voltam com o terceiro milagre. Creep.

Nesse hino, Yorke passa a bola para Johnny Greenwood, que com seus estrondos na guitarra exorciza completamente todos os demônios de quem permaneceu mais de 10 horas de pé em frente àquele altar em busca de salvação.

De alma lavada, todos saem felizes, um pouco confusos com tudo que acabaram de ver, mas com certeza mudados, para melhor. Então todos seguem a via sacra em procissão para fora do templo.

quarta-feira, 18 de março de 2009

Podcast Programa de Indie 6#

Programa exibido dia 18/03/2009 pela webrádio Iradio.

Produção e apresentação: Eduardo Martinez
Técnica e direção: Clemerson Mendes

Playlist da edição 6#

1996 - Pública
Rat is Dead (Rage) - Cansei de Ser Sexy
Don't Be Shy - The Libertines
Drunken Lullabies - Flogging Molly
Dig - Incubus
Sheena is a Parasite - The Horrors
Nylon Smile - Portishead
Contramão - Moptop
Grace - Jeff Buckley

Parte 1



Parte 2



Parte 3

segunda-feira, 16 de março de 2009

Podcast Programa de Indie 5#

Programa exibido dia 16/03/2009 pela webrádio Iradio.

Produção e apresentação: Eduardo Martinez
Técnica e direção: Clemerson Mendes

Playlist da edição 5#

Creep - Radiohead
Recorte Médio-Oriental - Terminal Guadalupe
Golden Skans - Klaxons
Song 2 - Blur
The Next Time Around - Little Joy
Mais Do Que Isso - Superguidis
Viva la Vida - Coldplay
All I Need - Radiohead

Parte 1



Parte 2



Parte 3

sábado, 14 de março de 2009

Semana que vem...

Isso:



isso:



e mais isso:



Depois conto como foi...

quarta-feira, 4 de março de 2009

Podcast Programa de Indie 4#

Programa exibido dia 04/03/2009 pela webrádio Iradio.

Produção e apresentação: Eduardo Martinez
Técnica e direção: Clemerson Mendes

Playlist da edição 4#

That's Not My Name - The Ting Tings
Cobra de Vidro - Banzé!
Quinta-Feira - Forgotten Boys
Ele, O Super-herói - Cascadura
The Racing Rats - Editors
Do You Realized? - The Flaming Lips
Lie Down Here and Be My Girl - Nick Cave and the Bad Seeds
Lunático - Cachorro Grande
Your Love Alone in Not Enough - Manic Street Preachers & Cardigans

Parte 1



Parte 2



Parte 3

segunda-feira, 2 de março de 2009

Banzé! só para maiores

Banzé! Banda independente paulistana que depois de muitas reviravoltas é formada hoje por Thadeu Meneghini no vocal e guitarra, Willy Cardoso no baixo, e Marcelo Effori (mais conhecido como Loco Sosa) na bateria.

Inicialmente saltava aos ouvidos influência de bandas Mod como The Jam, Paul Weller ou ainda o Ira!. O que importa é que era um pop de primeira, boas melodias, boas letras e apelo popular bastante interessante.

Mas em 2008 algo ocorreu na cabeça dos caras e eles lançaram o álbum Antes da Queda, segundo deles. Saem os bons moços de cena e entram as imagens do espelho deles.

Ou seja, o Banzé! era isso:

Obs: clipe vencedor do VMB 2006 na categoria "Clipe independente". Veja a letra embaixo dos clipes.




Eu vi um vaso lá do céu cair
Ou foi do décimo terceiro andar ?
Não sei o que te faz se comportar assim
Querendo estar sempre por cima para me acertar.

Doce ilusão te faz agir sem mais
Doce ilusão não vá se machucar

Qual foi a fé que te escolheu pra controlar ?
Qual o programa da TV te faz entreter ?
Qual a revista que te impele para consumir ?
Qual candidato ao governo que não vai mentir ?

Doce ilusão te faz agir sem mais
Doce ilusão não vá se machucar

Se não levar em conta que há propensão
Será difícil em tese e prática te entender
É necessário alheio a vontade
Acreditar ser o que não é soa bem a verdade.


Agora virou isso:

Obs: menores de 18 anos, ouçam a música mas tapem os olhos, pois tem putaria pra caralho. Ops, pensando bem também tem frases "ofensivas" na letra, então fudeu.



Não me julgo violento;
Sempre exorcizo a culpa.
Tenho berço e fino trato, mas
não peço desculpas.
Abram as portas do convento,
Libertem logo as putas
Já embalei mais um contrato, então :
Cala essa boca e chupa!

Que aqui que manda sou eu
Que aqui que manda sou eu
Não existe santo pra te salvar
E da sujeira toda da boca do lixo ninguém pode se limpar !

Sou bem mais do que aparento, mas
Não fico dando sopa,
Esse é o meu talento nato e eu sou,
Eu sou o rei da boca,
Abram as portas do convento,
Eu amo qualquer puta
Já embalei mais um contrato, então:
Ajoelha e chupa!

Que aqui quem manda sou eu
Que aqui quem manda sou eu
Não existe santo pra te ajudar
E da sujeira toda da boca do lixo ninguém pode se limpar !



E isso:

Obs: a parada aqui agora é violência, mas assista até o fim, é quase um curta-metragem.



Os mortos enfeitam as ruas
Junto ao perfume de lixo e gás
Do Oratório a Santo Amaro
Das rodovias às marginais

Sigo o cortejo agourento
Como a uma procissão
Nada me resta de concreto
Além da solidão

Sob o cimento

Nenhum som ou movimento
Só o silêncio, só o silêncio
Ideais ou sentimentos
Só o silêncio, só o silêncio
Não há dor ou sofrimento
Só o silêncio, só o silêncio

Nem perdição, nem firmamento
Nem julgamento, nem redenção
Nem emoção, nem pensamento
Nem desalento, nem salvação

Sigo o cortejo agourento
Como a uma procissão
Nada me resta de concreto
Além da solidão

Sob o cimento

Nenhum som ou movimento
Só o silêncio, só o silêncio
Ideais ou sentimentos
Só o silêncio, só o silêncio
Não há dor ou sofrimento
Só o silêncio, só o silêncio



Resumindo: se é pra ser assim, vamos entrar no lixo até o pescoço, como fez o Banzé de forma genial.

Mas diz aí, independente da fase, os clipes são muito bons não?

Site da banda: http://www.banzerock.com.br/

Obs (juro que é a última): O Clemerson vai dizer "Prefiro eles antes", rsrsrs.