quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Cidadão Instigado em Araçatuba


Uhuuuuuuu!!

Os cearenses do Cidadão Instigado, que lançaram um dos melhores albuns de 2009 ("Uhuuu"), se apresentam em Araçatuba no dia 8 de janeiro, sexta-feira. O show, com início às 20h30 na praça João Pessoa, é promovido pelo Sesc Birigüi. Obrigado Santo Sesc.

A banda é liderada por Fernando Catatau, uma das mentes mais criativas da música brasileira atual. Além de ser o frontman do grupo, é guitarrista de apoio de diversos artistas e ainda produtor musical. Produziu esse ano o ótimo "Certa manhã acordei de sonhos intranquilos", do pernambucano Otto. Ou seja, está envolvido em dois dos melhores albuns brasileiros de 2009. Acha pouco? vá ao show e confira.








Para quem não conhecia, sim, a voz dele é estranha. Assim como a do Bob Dylan e a do Chico Buarque, só para citar dois.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Mallu Magalhães - Mallu Magalhães


de olho em você (divulgação)

Um ano e 10 centímetros depois Mallu Magalhães está de volta. Após um ano de surgimento na música, a garota que, dormiu com algumas músicas no myspace e acordou escoltada por um contrato com empresa de telefonia móvel, reaparece com 17 anos completos e mais alta 10 centímetros. Mallu lança seu segundo álbum, novamente homônimo, e mostra que o crescimento não foi só físico, mas especialmente nas referências, mais variadas e bem canalizadas.

Com a maioria ainda em inglês, dessa vez são 6 composições em português, 4 a mais que no álbum anterior. O som continua ancorado no folk do primeiro trabalho, mas dessa vez com aventuras por vários estilos, como reggae em “Shine Yellow”, tropicália em “Versinho de Número Um” e “Compromisso”, um pouco de psicodelia em “Bee On The Grass” e baladas introspectivas como “Te Acho Tão Bonito” e “É Você Que Tem”.

Não há canções de apelo imediato como “J1” e “Tchubaruba”, que alavancaram o início da carreira da cantora, mas o conjunto do disco melhora e se torna mais consistente a cada audição. É fato que ainda há o que amadurecer no som da jovem artista, mas é inegável que o que ela já fez até os 17 anos é muito mais do que 90% do primeiro escalão do pop rock nacional vem produzindo nos últimos 10 anos, pelo menos.






Texto publicado dia 13 de dezembro de 2009 no jornal Folha da Região, de Araçatuba/SP

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Grandes poderes trazem grandes responsabilidades


Disco do ano?

Imagine se você pudesse escolher cada integrante de uma provável banda dos sonhos. Bem, o mundo da música ainda não está tão interativo assim, mas, de fato, 2009 é o ano das superbandas. Algumas inusitadas, outras que nos trazem a impressão que os integrantes nasceram para tocar juntos. Algumas unindo músicos decadentes e esquecidos, outras colocando em sintonia artistas em pleno auge.

O melhor exemplo de superbandas no ano é a união entre o vocalista e guitarrista do cultuado Queens of the Stone Age, Josh Homme; o vocalista, guitarrista e baterista, Dave Grohl, atual Foo Fighters e ex-Nirvana; e John Paul Jones, baixista do lendário Led Zeppelin. É o Them Crooked Vultures, com Homme nos vocais e Grohl na bateria. O recém-lançado álbum do grupo é uma pérola do mais puro rock’n roll com experimentalismos fascinantes.

O disco, que certamente irá liderar a maior parte das listas de melhores do ano, não é exatamente um álbum fácil. É aconselhável que, antes de ouvi-lo, você conheça razoavelmente os trabalhos de cada integrante, especialmente de Josh Homme. Pois o Them Crooked Vultures cruza com maestria o experimentalismo do Queens of the Stone Age, com a veia pop do Foo Fighters e o rock clássico e vigoroso do Led Zeppelin. Desafio: tente ouvir o riff de guitarra da faixa Elephants e não ter vontade de sair pulando feito um louco.



Senhores de respeito

Outro grupo que merece destaque é o Chickenfoot. Banda que une os ex-Van Hallen, Mike Anthony e Sammy Hagar, respectivamente baixista e vocalista; Chad Smith, baterista do Red Hot Chili Peppers; e o guitarrista virtuoso Joe Satriani. O resultado é um Hard Rock a moda antiga, com destaque para a guitarra de Satriani, que era justamente o que poderia comprometer o trabalho com as habituais firulas do músico.

Tudo isso sem citar o The Dead Wheaters, que une Jack White, do White Stripes com Alison Mosshart do The Kills; e o inusitado Tinted Windows, que coloca lado a lado James Iha, do Smashing Pumpkins, e Taylor Hanson, dos Hansons, sim, você leu direito, Hansons, e o resultado é um power pop até interessante.

Como o assunto é superbandas, nada melhor que citar algo ligado a um super-herói: “grandes poderes trazem grandes responsabilidades” foi o que Benjamin Parker, mais conhecido como Tio Ben, disse a Peter Parker, o eterno Homem-Aranha. Realmente, a cobrança com os supergrupos é redobrada, mas se os artistas souberem imprimir sua personalidade, e de suas respectivas bandas, na união, o resultado atrai fãs de todos os grupos envolvidos, e é claro, ainda com a possibilidade de angariar novos seguidores.



Texto publicado dia 29 de novembro de 2009 no jornal Folha da Região, de Araçatuba/SP